Para muitos, pouco é
o significado. Talvez por desconhecerem a sua própria história. Outros, por
negarem um passado de sofrimento, de violência física e psicológica. Outros
ainda, por apenas, se “esquecerem” desta data. O 08 de março, é comemorado por
algumas pessoas, na verdade, a data deveria ser mesmo lembrada, estudada nas
escolas e ser refletida politicamente em todos os espaços. Dia Internacional da
Mulher, o 08 de março.
Tudo bem, mulheres
são mães também. Mas não se limitam a isso. Dizer que temos a função de
“reproduzir”, é coisa de uma sociedade machista que insiste em impregnar esse
pensamento ultrapassado. As 129 mulheres que morreram em 1857, queimadas em uma
fábrica de tecidos em Nova Iorque foram mortas porque indiscutivelmente,
formaram corpo e estavam sendo decisivas no processo de movimentação das
massas.
Algumas considerações
de Lênin se fazem relevantes neste momento histórico. Defendia ele, a criação
de um poderoso movimento feminino sobre uma base teórica, clara e precisa,
conciliando a teoria marxista com a prática, conquistando para a luta
revolucionária, as massas femininas, que já se movimentavam e oferecia perigo à
“ordem” patriarcal. É claro que este pensamento feria muita gente,
principalmente o mundo das excelências machistas, dos mandantes estupradores de
“escravas”, dos queimadores de bruxas na época da inquisição na Idade Média.
Algumas pesquisas
mais recentes mostram que a “ordem” patriarcal se mantém e se reproduz de
maneira intensa. Na verdade, nem precisaríamos de pesquisa para saber que a
sociedade capitalista gera o machismo em diversos canais e com uma frequência
espantadora. Li artigos nesta semana, onde, seres “iluminados” defendiam que “A
vida da mulher sempre foi mais fácil”. Imagine você ter sido estuprada a vida inteira,
tendo que servir aos senhores o tempo todo e sendo excluída de todos os
direitos. Mais fácil?
Embora nós mulheres e
homens tenhamos conseguido por meio de MUITA LUTA e ORGANIZAÇÃO POPULAR muitos
direitos, ainda somos “objeto” para reprodução de músicas que ridicularizam
nossa essência. O sertanojo universitário é um dos gêneros musicais que mais
prolifera essa idiotice machista, que fala de nosso corpo como se fosse
mercadoria, sem consciência de classe nenhuma. Poderíamos falar sobre isso em
muitas páginas, mas faltaria espaço para descrever o quanto a educação é
machista ao reproduzir uma falsa ideologia sobre a nossa vida, a nossa
história.
Quero neste 08 de
março, destacar a todas as mulheres e homens, que a luta feminista é histórica,
e ela está embasada em direitos equânimes, para que mulheres e homens possam
viver dignamente, resistindo a hipocrisia machista e a sociedade capitalista
que reproduz uma imagem distorcida do ser mulher. Viva o 08 de março, viva as
mulheres e homens, lutadoras e lutadores da história!
Por Claudia Weinman
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