Seriam
425 jogadores, árbitros, dirigentes e outros intermediários envolvidos no maior
escândalo de manipulação de resultados na história do futebol. Nada menos do
que 680 partidas disputadas principalmente no Velho Continente (Europa), mas
também na África, Ásia e na América Latina, entre 2008 e 2011, teriam sido
“compradas”, segundo a Europol.
A
sede dessa rede mafiosa, em Singapura, teria ramificações mundo afora. Segundo a rede noticiosa BBC, somente no campeonato alemão foram
injetados 16 milhões de euros, para um retorno de 8 milhões de euros.
E
o quadro é ainda pior do que parece. Rob Wainwright, o diretor da Europol, diz
que as últimas revelações são “apenas a ponta do iceberg”. A Europol é a
polícia da União Europeia que combate a criminalidade organizada.
No
esporte mais popular do mundo, o mais importante é o dinheiro fácil. E aqueles
injustos cartões vermelhos e gols anulados fazem sentido nesse campo comandado
pelas máfias internacionais.
No entanto, sabemos que a corrupção rola solta no futebol faz tempo. De fato, o
senhor Joseph "Sepp" Blatter, presidente da FIFA, poderia estar
envolvido em mais este caso de corrupção: qualificações para a Copa do Mundo
fariam parte desse esquema mafioso desmantelado pela Europol.
E
na semana passada, o semanário francês France Football revelou que houve pouca
transparência por parte da Federação Internacional de Futebol ao confiar a
organização da Copa de 2022 ao Catar. É claro, essa corrupção a permear o
futebol não é de hoje. Antes de Blatter tivemos outros nebulosos
administradores, como o brasileiro João Havelange.
Mais
trágico ainda é o fato de que não são somente entusiastas do futebol a sofrer
com essas revelações. Escassos dias atrás, vimos o ex-ciclista Lance Armstrong
admitir com sua cara de jogador de poker que sem coquetéis de drogas jamais
teria vencido sete Tours de France.
Lavagem
de dinheiro, drogas e partidas “compradas”. Nós, mortais, nem sequer nos
identificamos mais com os superatletas, quase todas e todos super drogados. Somente
agora as organizações de tênis se deram conta que os tenistas também poderiam
estar tomando coquetéis de drogas. Os testes para esses atletas não têm sido
tão rigorosos.
Diante
de materiais que aumentam a velocidade da bola, tenistas cada vez mais
parecidos com super-heróis, os quais, após partidas intermináveis, se recuperam
para jogar no dia seguinte (e eles não têm como evitar esse ritmo, dado o
crescente número de torneios e patrocinadores), cabe a seguinte pergunta: o
tênis, como o ciclismo, o futebol e outros esportes não estaria também
mergulhado nesse mundo no qual o vencedor é o empresário, ou mafioso, e não o
torcedor em busca daquela jogada que o coloca em estado de êxtase?