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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Perdas irreparáveis ao esporte Fraiburguense


Pablo Henrique um grande exemplo como atleta (campeão brasileiro), filho e irmão, foi morto de maneira cruel e impiedosa no dia 29/11. A família do Karatê-dô, enlutada e passando por uma tristeza profunda, por perder um dos companheiros, se apega a dois princípios que o esporte nos ensina, a humildade e a perseverança para levantar a cabeça nos momentos difíceis. A comunidade fraiburgunse, os membros da Associação Vital Fraiburgo de Karatê-dô, os integrantes da Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular de Fraiburgo – APAFEC juntam-se a família de sangue do Pablo, e exigem que as forças de segurança publica, a promotoria e o judiciário tomem todas as medidas cabíveis para que os setes criminosos, que tiraram a vida do jovem Pablo, sejam exemplarmente punidos, conforme a legislação vigente. A outra perda é a de Luan Antonio dos Santos, um capoeirista de primeira linha. Conhecido por sua irreverência, depois de lutar pela vida nos últimos 10 dias na UTI do Hospital Divino Salvador em Videira, faleceu também nesse fatídico dia para o esporte fraiburguense. Fica as condolências, o abraço e todo respeito à família do Pablo e do Luan. Quero fazer uma pequena sugestão aos karatecas da Associação Vital Fraiburgo de Karatê-dô, que são leitores assíduos dessa coluna, que o dojo do bairro São Miguel, passe a ser chamado de Dojo Pablo Henrique do Nascimento, em uma homenagem simbólica ao Karateca falecido e aos seus familiares. Em momentos como estes, lembro-me do poeta Renato Russo “Os bons morrem jovens”.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Serie Reflexões!


Li no blog do amigo Cesar Malinoski e resolvi divulgar aqui, dando continuidade a serie reflexões que inaugurei na semana passada neste blog:

Reflexão III – Natal não é cultura de caboclo A rua estava colorida, bem limpinha, bem arrumada, super enfeitada e cheios de simbologias que vieram do outro lado do atlântico, que de imediato nada tem haver com a nossa cultura Cabocla, nativa. Na entrada da avenida colunas Jônicas (leste da Grécia oriental), réplicas de soldadinhos de chumbo (ingleses) duendes (Irlandeses) a figura do São Nicolau ou papai Noel (Extremo Norte). Vários outros temperos importados foram adicionados, menos elementos da cultura brasileira. Parece-me um belo esforço de tentar acender a chama do turismo e a tentativa da negação de uma cultura menos sofisticada. Ouvi reclamações de professores que diziam ter sido usado, nas horas que deveriam estar fazendo atividade ou preparação de aulas como mão de obra para execução de enfeites durante meses. No final quando os fogos de artifícios foram acesos, outra exclamação me chamou a atenção: um trabalhador disse “Troco toda essa beleza pela oportunidade de ter um emprego” enche meus olhos, mas não a minha barriga.

Serie Reflexões!


Li no blog do amigo Cesar Malinoski e resolvi divulgar aqui, dando continuidade a serie reflexões que inaugurei na semana passada neste blog:

Reflexão II – Quando o silêncio falou mais alto.
Na política fraiburguense somos quase “Romano”, lembrem daquela expressão “panis et circenses”, que significa "pão e jogos circenses", mais popularmente citada como pão e circo. Esta foi uma política criada pelos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes. Espetáculos sangrentos, como os combates entre gladiadores, eram promovidos nos estádios para divertir a população; nesses estádios, pão era distribuído gratuitamente. O custo desta política foi enorme, causando elevação de impostos e sufocando a economia do Império. Fiz esta introdução para chamar a atenção para a política local, que aplica na atualidade a mesma técnica romana, quando dá ao povo descontente um “grande espetáculo de Natal na avenida mais luminosa da cidade”. Digo descontente, ficou claro quando o nosso “Imperador e o seu cônsul” saldaram os súditos com boa noite e tiveram uma reposta bem silenciosa. Foi à noite em que o silêncio falou mais alto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Copa (não) é nossa


Para bem funcionar, um país precisa de regras. Se carece de leis e de quem zele por elas, vale a anarquia. O Brasil possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas pode contrariar a lei maior – a Constituição. Só em princípio. Na prática, e na Copa, a teoria é outra.

Diante do megaevento da bola, tudo se enrola. A legislação corre o risco de ser escanteada e, se acontecer, empresas associadas à Fifa ficarão isentas de pagar impostos.

A lei da responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas à Copa e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista em planejamento urbano, um município poderá se endividar para construir um estádio. Não para efetuar obras de saneamento...

A Fifa é um cassino. Num cassino, muitos jogam, poucos ganham. Quem jamais perde é o dono do cassino. Assim funciona a Fifa, que se interessa mais por lucro que por esporte. Por isso desembarcou no Brasil com a sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes.

A Fifa quer proibir, durante a Copa, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km em torno dos estádios. Excetos mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela. Fica entendido: comércio local, portas fechadas. Camelôs e ambulantes, polícia neles!

Abram alas á Fifa! Cerca de 170 mil pessoas serão removidas de suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas?

A Fifa quer o povão longe da Copa. Ele que se contente em acompanhá-la pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da elite, dos estrangeiros e dos que tiverem cacife para comprar ingressos em mãos de cambistas. Aliás, boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente na Europa.

A Fifa quer impedir o direito à meia-entrada. Estudantes e idosos, fora! E nada de entrar nos estádios com as empadas da vovó ou a merenda dietética recomendada por seu médico. Até água será proibido.

Todos serão revistados na entrada. Só uma empresa de fast food poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que vigora hoje no Brasil, será quebrada em prol da marca de uma cerveja made in usa.
Comenta o prestigioso jornal Le Monde Diplomatique: "A recepção de um megaevento esportivo como esse autoriza também megaviolação de direitos, megaendividamento público e megairregularidades.”

A Fifa quer, simplesmente, suspender, durante a Copa, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas no Projeto de lei 2.330/2011, que se encontra no Congresso. Caso não seja aprovado, o Planalto poderá efetivá-las via medidas provisórias.

Se você fizer uma camiseta com os dizeres "Copa 2014”, cuidado. A Fifa já solicitou ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de mais de mil itens, entre os quais o numeral "2014”.

(Não) durmam com um barulho deste: a Fifa quer instituir tribunais de exceção durante a Copa. Sanções relacionadas à venda de produtos, uso de ingressos e publicidade. No projeto de lei acima citado, o artigo 37 permite criar juizados especiais, varas, turmas e câmaras especializadas para causas vinculadas aos eventos. Uma Justiça paralela!

Na África do Sul, foram criados 56 Tribunais Especiais da Copa. O furto de uma máquina fotográfica mereceu 15 anos de prisão! E mais: se houver danos ou prejuízo à Fifa, a culpa e o ônus são da União. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser o fiador da FIFA em seus negócios particulares.

É hora de as torcidas organizadas e os movimentos sociais porem a bola no chão e chutar em gol. Pressionar o Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a legislação brasileira no banco de reservas. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se resignar a torcer pela TV.

Tomado da Adital – www.adital.org.br

Por Frei Betto - Escritor e assessor de movimentos sociais autor de "A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org- twitter:@freibetto.


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