Depois dos
corintianos da Gaviões da Fiel, dos santistas da Torcida Jovem e de torcedores palmeirenses lançarem manifestos contra a candidatura de Jair Bolsonaro
(PSL-RJ) à Presidência da República, torcedores do Flamengo (RJ) e do
Internacional (RS), também demonstram e aumentam o coro contra o representante
da extrema-direita, que até agora lidera as pesquisas de intenção de voto.
"A torcida do
Flamengo é a mais popular do país. Ela abrange todos os segmentos sociais,
desde homens e mulheres, brancos e negros, jovens e idosos, pobres e ricos.
Representamos o povo brasileiro na sua essência. Nesse sentido, é inaceitável
qualquer declaração preconceituosa manifestada por Bolsonaro e seu vice,
Mourão, sobretudo ao que tange a população mais pobre, negra e as mulheres,
mães e avós", inicia seu comunicado o coletivo Flamengo Antifascista.
O manifesto ressalta
também que o programa de governo do candidato "significa empurrar mais
ainda a população mais pobre para a miséria, destruindo a frágil estrutura de
assistência social existente no país" lembrando que a mesma plataforma
neoliberal aplicada na Argentina por Maurício Macri está levando o país vizinho
a "uma crise social sem precedentes."
Por sua vez,
torcedores colorados tomaram a iniciativa de também lançar um manifesto, na
quarta-feira (19) repudiando declarações e o perfil autoritário de Bolsonaro:
"o que chama a atenção é que o candidato que lidera as pesquisas é
recorrente em declarações preconceituosas e demonstra o maior desprezo pela
democracia", afirma o coletivo Inter Antifascista.
Sem citar propostas
de governo, o comunicado lembra que o time do Internacional foi fundado e, em
seus primeiros anos, jogou num bairro de maioria negra, próximo a comunidades
quilombolas de Porto Alegre, o que lhe deu origem à alcunha de "Clube do
Povo". "É uma incoerência que um colorado, que conhece e admira a
história de seu clube, apoie um candidato que coleciona episódios de
racismo", alerta.
O movimento de
torcidas organizadas de alguns dos principais clubes de futebol do país ganhou
força depois que, também na última quarta-feira, o presidente da Gaviões,
Rodrigo Gonzalez Tapia, o Digão, manifestou-se contra Bolsonaro em suas páginas
nas redes sociais. Ele afirmou que os associados apoiadores do candidato da
extrema-direita "podem se retirar da torcida".
Leia a íntegra das notas de flamenguistas e
colorados em repúdio à candidatura Bolsonaro-Mourão
FLAMENGUISTAS CONTRA BOLSONARO!
A torcida do
Flamengo é a mais popular do país. Ela abrange todos os segmentos sociais,
desde homens e mulheres, brancos e negros, jovens e idosos, pobres e ricos.
Representamos o povo brasileiro na sua essência. Nesse sentido, é inaceitável
qualquer declaração preconceituosa manifestada por Bolsonaro e seu vice,
Mourão, sobretudo ao que tange a população mais pobre, negra e as mulheres,
mães e avós. Ao se referir a essa parcela considerável das famílias brasileiras
de maneira jocosa e desrespeitosa, consideramos tal atitude uma afronta à
torcida do Flamengo, maioria absoluta no Rio de Janeiro e no Brasil. Para além
dessas questões, entendemos que as propostas econômicas dessa candidatura
fascista a presidência da República significa empurrar mais ainda a população
mais pobre para a miséria, destruindo a frágil estrutura de assistência social
existente no país. As privatizações e corte orçamentários, propostos por Paulo
Guedes, significa aprofundamento das políticas neoliberais que foram
implementadas por Temer, no Brasil, e por Macri, na Argentina, promovendo uma
crise social sem precedentes. Ou seja, Bolsonaro é continuação mais aprofundada
da política nefasta que vigora hoje contra a classe trabalhadora.
Conclamamos as
torcidas organizadas do Clube de Regatas Flamengo a resgatarem suas origens de
resistência aos ataques ao povo, sobretudo durante a ditadura militar, ao
defender a democracia e os direitos da classe trabalhadora, sob pena de todos
nós, torcedores organizados ou não, sermos engolidos pela miséria e caos social
propostos por esse nefasto programa de governo.
#ELENAO #ELENUNCA
Fla-antifa
Fonte: Rede Brasil Atual
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