Leonardo Picciani ministro do esporte e Michel Temer - Foto de divulgação |
Cortes podem acabar
com o Bolsa Atleta e atrapalhar planos das confederações. Pouco mais de dois
anos se passaram desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e a
situação do esporte brasileiro, que, na teoria, deveria estar em pleno
crescimento, só decai, em termos de investimento e apoio. O governo federal
enviou à Câmara dos Deputados uma proposta que prevê uma redução de 87% da
verba disponível ao Ministério do Esporte para 2018. Vale lembrar que, em 2017,
o montante já havia sofrido baixas consideráveis. A informação é do blog Olhar
Olímpico, do UOL.
O programa “Bolsa
Atleta”, principal incentivador aos atletas das modalidades olímpicas também
pode estar chegando ao seu final. Antes ele recebia 143 milhões, em 2016, e
para o ano que vem, o valor que o governo destinou, na proposta, é de apenas 70
milhões. Tendo em vista que só o Bolsa Pódio, de maio a junho de 2018, deva
custar mais de 30 milhões, fica claro que a conta não fecha. Resumindo, uma
grande parcela dos atletas, que precisa desse dinheiro para se manter, deverá
ficar de mãos atadas.
Abaixo, veja como
foi à diminuição do incentivo ao esporte nos últimos anos:
Montante destinado ao esporte, segundo a Lei
Orçamentária Anual (LOA) do governo:
-2016 – 1,307 bilhões de reais;
-2017 – 1,245 bilhões de reais (queda de
4,8%) – No entanto, o montante sofreu vários cortes ao longo do ano;
-2018 – 220 milhões de reais (queda de 87%).
No entanto, o Bolsa
Atleta, na verdade, é o menos prejudicado nessa história. A rubrica “preparação
de atletas e capacitação de recursos humanos para o esporte de alto
rendimento”, por exemplo, sofrerá uma queda drástica. Em 2016 eram 134 milhões,
em 2017 foram 56,6 milhões e em 2018 serão apenas 7,2 milhões na LOA. Isso
acarretará em uma baixa absurda nos recursos para confederações, entre outros
problemas.
“Implantação de
estrutura esportiva de alto rendimento”: Se já não bastasse o desmontamento de
boa parte do que foi construído para a Olimpíada do Rio, também haverá uma
diminuição de 60 para 13 milhões na previsão de gastos com as instalações.
A Confederação
Brasileira de Basquete, que vive uma das piores crises das últimas décadas e
pretendia construir centros de treinamento, vê seus planos irem por água
abaixo. E para a manutenção da “Rede Nacional de Treinamento” serão 20 milhões
contra 100 de 2017. O controle anti-doping, que já não era uma maravilha com
8,7 milhões receberá apenas 2,7 milhões.
O pior
impacto
No entanto, nada
sofrerá tanto impacto quanto a “Implantação e Modernização de infraestrutura
para esporte educacional, recreativo e de lazer”. Em 2017, foram
disponibilizados 462 milhões e esse dinheiro era usado para pequenas reformas
em equipamentos públicos espalhados por todas as regiões do Brasil. Em 2018,
serão apenas 7 milhões. Uma queda de 98,5%.
Isso sem falar no
“esquecimento” da “implantação de Centros de Iniciação ao Esporte”, que estava
previsto em 2017 com 200 milhões de reais. E também na “preparação de seleções
principais para representação do Brasil em competições internacionais”, que foi
de 40 milhões este ano e será de 4,8 ano que vem.
Nota
do Ministério do Esporte
Em nota, o
Ministério do Esporte minimizou a Lei Orçamentária Anual e diz tratar-se apenas
de uma previsão: “Esses valores constam na previsão inicial da LOA. O
Ministério do Esporte tem trabalhado junto ao Congresso Nacional para elevar o
orçamento da pasta prevista para o próximo ano”.
Fonte: Olimpíada todo dia
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