Qual a diferença
entre Heltton Matheus e Rodolpho Carlos?
Heltton virou
manchete nos últimos dias (como Brendon), menino pobre, negro, favelado, um de
estorvo para boa parte da nossa sociedade, por causa de seu sonho em jogar
futebol, de sua dificuldade em conseguir uma chance num ambiente tão difícil e
concorrido.
Rodolpho Carlos
foi pouco badalado se comparado a Heltton (Brendon), filho de uma das maiores
fortunas da Paraíba.
Ele atropelou e
matou o trabalhador Diogo Nascimento, um agente de trânsito, provavelmente
também tratado como estorvo para parte de nossa sociedade, principalmente por
quem sabe ser imune a uma blitz, gente que vive no reino dos intocáveis e, sim,
são intocáveis criminalmente.
Heltton para os
dirigentes do Paulista de Jundiaí é um criminoso.
Para parte da
mídia esportiva alguém a ser execrado.
Que o Paulista é
um clube mal gerenciado e foi sim conivente indiretamente com a fraude, nenhuma
palavra.
Não sou um dos
únicos a fazer isso quando trabalho, mas normalmente, pesquiso o nome completo
de um atleta no Google.
Se algum
“professor” do Paulista tivesse feito o mesmo, veria no site “Jusbrasil” que
existia um Brendon Matheus Araujo Lima dos Santos com um Processo Criminal
0031367-69.2016.8.19.0004 – 06/12/2016, (se você tiver curiosidade faça a
pesquisa), e no mínimo teria se assustado com tamanha coincidência.
Mas ninguém fez
isso, porque dá trabalho para alguns “professores”, normalmente alguém com
pouca experiência, mas com um bom padrinho.
O futebol está
assim.
Não é de hoje que
nas funções de gerenciamento e supervisão existe improviso, existe a figura do
curioso que acaba ocupando espaço, seja por ser filho de alguém, seja por ser
mais barato ou mesmo por ser um ex-atleta que não conseguiu ser treinador.
Rodolpho Carlos
para o desembargador da Paraíba, Joás de Brito Pereira Filho, não representa
risco.
O desembargador
acordou às 3h da madrugada para soltar Rodolpho, um “garotão de bens” que foi
assessor parlamentar (provavelmente fantasma) do digníssimo senador Cássio
Cunha Lima.
Que, ao fugir de
uma blitz, atropelou, não socorreu e matou um cidadão.
No caso Heltton
(Brendon) ainda vem a tona uma situação típica de nossa Justiça.
O Brendon
verdadeiro cumpre prisão preventiva.
Rodolpho Carlos
sequer passou na porta da delegacia após a juíza de primeira instância,
corretamente, decretar sua prisão.
Brendon é acusado
de tráfico e Rodolfo é um assassino que sabemos não será condenado.
Leio que Vampeta,
“Grande Vampeta”, hoje presidente do Audax, num gesto digno de muitos aplausos,
abriu as portas do clube para Heltton (esqueçam o Brendon).
Disse Vampeta:
“Vou dar oportunidade de ele jogar lá em Osasco... Ele não roubou, não usou uma
arma para matar alguém, só tem o sonho de ser jogador de futebol... Quem é de
cor sabe, vão sacrificar esse menino e daqui a pouco ele não tem mais chance de
jogar em lugar nenhum.”
Heltton deve sim
responder pela falsidade ideológica, deve sim pagar pelo erro, mas, como quem
vive no futebol há quase 30 anos, sei que dificilmente ele teve essa brilhante
ideia sozinho.
Vi muitos casos
como este quando trabalhei nas divisões de base do Botafogo.
Normalmente existe
alguém por trás e o presidente do Paulista deveria demitir TODO seu departamento
de futebol.
Já Rodolpho Carlos
deveria estar preso aguardando julgamento como esta o Brendon verdadeiro, que
por sinal não matou ninguém.
Só que no Brasil
as coisas não funcionam desta forma.
As imagens mostram
porque um é “criminoso” e o outro é “garotão de bem”.
O negro é Hellton,
o branco é Rodolpho. Assim mesmo, com
ph.
Tomado do Blog do Juca Kfouri
Por Marcos
Mesquita, que foi supervisor do América e Botafogo cariocas, além do Villa
Nova, de Minas.
Siga o blog nas redes sociais:
Facebook: facebook.com/blogesportesemdebate
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.