Numa decisão tomada
a portas fechadas, na cidade de Catanduvas, durante reunião da Instância de
Governança Regional (IGR), uma espécie de braço turístico do governo do estado
nas regiões e que reúne representantes dos governos municipais, foi decidido
trocar o nome do Vale do Contestado para Vale dos Imigrantes, procurando assim
apagar a rica história de luta da região que congrega mais de 50 municípios
catarinenses no Vale do Rio do Peixe e do Planalto Norte.
A guerra do
Contestado envolveu milhares de pessoas na luta pelo direito de morar em suas
próprias terras, quando em 1912 começou a expulsão de posseiros e pequenos
proprietários da região por onde passaria a Estrada de Ferro construída por uma
empresa estadunidense. Dispostos a não deixar suas terras os camponeses
iniciaram a resistência que foi combatida pelo exército brasileiro. Mais de
oito mil pessoas morreram no conflito. As famílias caboclas, que deixaram o
sangue naquelas terras, perderam a guerra mas seguiram perambulando pela região
e hoje seus descendentes lutam para que a memória não seja apagada.
O Vale do
Contestado, justamente por sua heroica história, é um dos lugares mais
visitados no Estado. Com essa decisão, o governo estadual procura apagar uma
das mais belas páginas da resistência popular do povo catarinense. A luta para
que o vale volte ao seu nome original está em andamento.
Aqui, a entrevista
com uma das lideranças nessa nova batalha do Contestado: Jilson Carlos Souza
(Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular – Apafec/Fraiburgo/SC).
Segundo ele, a decisão tomada de maneira isolada por 55 “imbecis” não pode ser
respaldada pelo governo e muito menos pela comunidade catarinense.
Texto e vídeo: Instituto
de Estudos Latino-Americanos – IELA
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