Caboclada foram abandonada pelo estado brasileiro - Foto: Museu do Judiciário
|
A Guerra do Contestado, nos últimos anos,
ganhou visibilidade na mídia e em pesquisas realizadas por diversas
universidades estaduais e federais. A riqueza histórica contrasta com a pobreza
e a miséria deixadas no rastro do massacre.
Confira abaixo os índices de pobreza oficial
da região, que variam de 20% a 43% em mais de 90% dos municípios:
CIDADES
|
POPULAÇÃO TOTAL (Censo
IBGE de 2010)
|
ÍNDICE DE POBREZA
|
Arroio
Trinta
|
3.502
|
20,18%
|
Bela
Vista do Toldo
|
6.004
|
22,49%
|
Caçador
|
70.762
|
36,25%
|
Calmon
|
3.387
|
43,47%
|
Canoinhas
|
52.765
|
32,22%
|
Fraiburgo
|
34.553
|
36,98%
|
Iomerê
|
2.739
|
11,04%
|
Irineópolis
|
10.448
|
26,29%
|
Itaiópolis
|
20.301
|
26,07%
|
Lebon
Régis
|
11.838
|
38,70%
|
Macieira
|
1.826
|
19,99%
|
Mafra
|
52.912
|
29,56%
|
Major
Vieira
|
7.479
|
27,20%
|
Matos
Costa
|
2.839
|
33,25%
|
Monte
Castelo
|
8.346
|
33,99%
|
Papanduva
|
17.928
|
31,66%
|
Pinheiro
Preto
|
3.147
|
17,94%
|
Porto
União
|
33.493
|
31,29%
|
Rio
das Antas
|
6.143
|
19,94%
|
Salto
Veloso
|
4.301
|
28,42%
|
Timbó
Grande
|
7.167
|
41,56%
|
Três Barras
|
18.129
|
39,86%
|
Videira
|
47.188
|
30,77%
|
Nas cidades de origem cabocla, a situação é
agravada. Veja a tabela a seguir:
CIDADE
|
POPULAÇÃO TOTAL
|
ÌNDICE DE POBRES
|
Caçador
|
70.762
|
36,25%
|
Calmon
|
3.387
|
43,47%
|
Fraiburgo
|
34.553
|
36,98%
|
Lebon
Régis
|
11.838
|
38,70%
|
Matos
Costa
|
2.839
|
33,25%
|
Monte
Castelo
|
8.346
|
33,99%
|
Timbó
Grande
|
7.167
|
41,56%
|
Três Barras
|
18.129
|
39,86%
|
As palavras do
general Setembrino de Carvalho, comandante do Estado-maior das forças legalistas
que agiram sobre o Povo Caboclo do Contestado, resumem o alcançar dos objetivos
pelas tropas federais, ele mesmo testemunha o massacre e comunica ao Palácio do
Catete que o último reduto dos fanáticos do Contestado foi varrido da face da terra
– e os bandidos se dispersaram pelas matas. Esses, dispersos pelas
matas, serão caçados e eliminados pelas milícias dos coronéis do Contestado nos
anos seguintes. Mas essa perseguição segue até os dias atuais, por variados
meios e ações.
Mais do que matar o
Povo Caboclo, o Contestado agora tenta matar o Contestado enquanto região de
identidade regional brasileira, isso a partir do preconceito de certos grupos
dominantes. Nos últimos 103 anos desde o fim oficial da Guerra do Contestado,
políticas públicas estaduais e federais são irrisórias para a região, tanto que
o Contestado possui os mais baixos índices de desenvolvimento humano de Santa
Catarina, ou mesmo do Brasil, pois o índice de pobreza nos municípios da região
do Contestado varia entre 20 e 48% da população residente.
Mas, os baixos
índices de qualidade de vida, atingem, principalmente, a População Cabocla,
vivendo em melhores condições, os de ascendência europeia. Muitas famílias
passam fome no Contestado, pois o flagelo da fome é parte da herança maldita
sobre os descendentes da População Cabocla, que possuem os piores empregos,
pois são a mão de obra barata regional, são os que possuem menos qualificação
profissional e são os que habitam nos piores lugares das cidades, nos fundos de
vales ou encostas, onde a terra não vale quase nada.
O Contestado Caboclo segue clamando por
justiça social, principalmente no que tange ao direito à terra que lhes foi
usurpada, garantindo, desta forma, o direito à vida sobre suas terras ancestrais.
É preciso parar com o genocídio caboclo iniciado em 1912.
*Matéria
produzida com informações, pesquisas e estudos do Professor Nilson César Fraga, Professor Adjunto no
Departamento de Geociências da Universidade Estadual do Londrina.
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