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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Com o fim dos estaduais: mais de 20 mil profissionais do futebol estarão desempregados.


Hoje (04/05), o mesmo ciclo negativo se repete ao fim dos estaduais: mais de 20 mil profissionais do futebol estarão desempregados. Muitas equipes irão se despedir da temporada com menos de 18 jogos e as Federações repetirão o discurso de que, sem os estaduais, a situação seria ainda pior. Pura balela.

É notório que os campeonatos estaduais não possuem viabilidade econômica no formato em que são executados. Como espetáculo também perderam qualidade e já não comovem os torcedores como faziam décadas atrás, com exceção dos grandes clássicos. O modelo dos estaduais está ultrapassado e são parte dos problemas estruturais do calendário do futebol nacional. A única razão para serem assim é manter a estrutura de poder das Federações estaduais e permitir o controle da CBF pelo mesmo grupo político, que detêm o poder na entidade desde 1989.

O Bom Senso Futebol Clube apresentou em 2014 uma nova proposta de calendário, ignorada pela CBF, com a reformulação dos estaduais e novas divisões nacionais. O principal objetivo é um calendário equilibrado, em que os grandes clubes joguem menos e possam ter melhor preparação; ao passo que os clubes menores tenham calendário anual, previsibilidade financeira e mantenham os 20 mil empregos perdidos no modelo atual.

Nessa proposta, os estaduais seriam jogados no modelo da Copa do Mundo: os 32 clubes são divididos em oito grupos de quatro clubes. Todos do grupo jogam entre si em partida única, classificando-se os dois melhores por grupo (três datas); 16 classificados jogam oitavas de final em jogo único (uma data); oito classificados jogam quartas de final em jogo único (uma data); quatro classificados jogam a semifinal em jogo único (uma data); dois classificados fazem a final em jogo único (uma rodada); totalizando sete datas.

As principais vantagens são um estadual com mais participantes, enxuto e marcado pela emoção de partidas eliminatórias. Essa proposta se viabiliza com a reformulação do Campeonato Brasileiro das séries C e D, e com a criação da série E. Com mais equipes envolvidas nessas três divisões inferiores, com fases regionais e mais vagas de ascenso e descenso, os times de pequeno porte terão, no mínimo, 32 jogos por ano, o dobro da média atual, de apenas 15 partidas. Ao invés de jogos apenas por três meses, centenas de clubes passam a ter calendário anual.


A resposta dos atuais cartolas das federações e da CBF é que “não dá para fazer”. Vejamos o excelente modelo da Copa do Nordeste, que se tornou o torneio mais atraente e rentável do futebol nacional no primeiro semestre. O engajamento dos torcedores, dos patrocinadores, da televisão, dos clubes, dos atletas e dos profissionais do esporte demonstrou a viabilidade de mudanças que racionalizem o calendário. O Ceará sagrou-se campeão do Nordeste em 12 rodadas, ao contrário dos campeões estaduais de SP, do RJ, de MG e do RS, por exemplo, que disputaram 19 jogos.

Já passou da hora de organizarmos os campeonatos estaduais e o conjunto do calendário baseado em decisões técnicas, para o bem do futebol, e não estritamente políticas, apenas para manutenção do poder de alguns cartolas.

Por isso é tão relevante à aprovação da Medida Provisória 671, a MP do Futebol. Esse projeto permite um saudável e seguro refinanciamento dos clubes, com prazo extenso e com medidas de gestão que impeçam os péssimos dirigentes de envidarem os clubes novamente. É a adoção do verdadeiro “Fair Play Financeiro” no Brasil: adequar à realidade dos custos do futebol ao que os clubes arrecadam. Junto às medidas de transparência, está presente a necessária democratização das Federações e da CBF, que deverão abrir espaço em seus conselhos técnicos, assembleias gerais e eleições internas aos atletas. Essa medida, sem dúvida, é um grande avanço. Nós, atletas, temos opinião e queremos o direito de expressá-la.

Tomado do Portal: http://www.bomsensofc.org


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