Patrono da educação brasileira |
Mais de 700
trabalhadores na área de educação de todos os países da América Latina estarão
reunidos entre os dias 17 a 22 de setembro em Pernambuco para realizar
atividades e debater estratégias de fortalecimento da pedagogia
latino-americana. A ação é organizada pela Internacional da Educação para a
América Latina (IEAL), entidade internacional responsável pelas lutas em
relação à educação.
Uma homenagem ao
educador Paulo Freire foi realizada hoje (19/09), dia do aniversário do
pernambucano com o VIII Colóquio Internacional Paulo Freire, na Universidade
Federal de Pernambuco. Paulo Freire, patrono da Educação Brasileira defendia
que o papel da escola era, entre outros pontos, ensinar o aluno a "ler o
mundo” para transformá-lo. Ele ainda pôs em prática um autêntico trabalho de
educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização,
capacitando o oprimido para a aquisição dos instrumentos de leitura quanto para
a sua libertação, experiência que serviu de base para um de seus livros mais
conhecidos, "Pedagogia do Oprimido”.
Além da homenagem, o
cronograma do evento possui plenárias e apresentações de grupos que pretendem
firmar os pilares da chamada pedagogia latino-americana, baseada na educação
como instrumento de libertação política e social, a formação integral do ser
humano como meta e contribuição da escola para tal libertação e o
desenvolvimento da razão ou pensamento como tarefa central da escola que busca
promover o desenvolvimento humano e a libertação.
Haverá ainda a
inauguração de uma escultura do educador feita pelo artista Abelardo da Hora,
um ato político e shows artísticos. No mesmo dia haverá o Encontro do Movimento
Pedagógico Latino-Americano: Rumo a um movimento latino-americano de ensino,
como parte da IX Conferência Regional da IEAL, que tem como objetivo promover
debates sobre alternativas de políticas públicas para cada país. Com isso, no
futuro eles seriam os protagonistas de uma proposta pedagógica conjunta que
consolide o movimento e que garanta a boa qualidade da educação
latino-americana.
Quem foi Paulo Freire?
Paulo Régis Neves
Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, na cidade do Recife, capital do Estado
de Pernambuco, nordeste do Brasil. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinou a
escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Na
adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa.
Com 22 anos de idade, começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do
Recife, casou e teve cinco filhos, daí ensinou no Colégio Oswaldo Cruz em
Recife.
No ano de 1947 foi
contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde
entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um
congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro onde apresenta trabalho
importante onde defende que a alfabetização de adultos deve estar diretamente
relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer
sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e
política.
No começo de 1964,
foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional
de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo
Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.
Viveu no exílio no
Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação.
Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo
Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no
ano de 1979, após a Lei da Anistia. Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em
São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste
importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos
culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de
infarto, em 2 de maio de 1997.
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