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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Movimentos e Entidades do Contestado solicitam criação da Frente Parlamentar em defesa da Civilização e Cultura Cabocla

O debate Memória e Raízes do Contestado, realizado na Assembleia Legislativa, na noite da terça-feira 10 dezembro, apresentou a proposta de criação de uma Frente Parlamentar em defesa da Região do Contestado.
Caboclada solicita criação da Frente Parlamentar em defesa do Contestado  
A atividade, motivada pela proposta de mudança do nome de Região do Vale do Contestado para Vale dos Imigrantes, teve na abertura o lançamento do CD Um outro Olhar do Sul, do músico e compositor Pedro Pinheiro, e a participação do pesquisador e professor do departamento de História da UFSC, Paulo Pinheiro Machado – estudioso da Guerra do Contestado desde a década de 90 – e do educador popular e membro da Associação Paulo Freire de Educação Popular (Apafec), Jilson Carlos Souza, de Fraiburgo.
Pedro Pinheiro fez abertura do Debate sobre o Contestado na Alesc
A proposta de uma frente em defesa da Região do Vale Contestado e da Civilização e Cultura Cabocla, veio de movimentos e entidades do Contestado, que destacam a dívida história dos Poderes Públicos com os municípios e a necessidade de valorizar a cultura cabocla e a história do Contestado.

Fonte e fotos: Assessoria de Comunicação do Deputado Estadual Padre Pedro Baldissera
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“A luta pelo Vale do Contestado é resistência contra o coronelismo e ferrovias do capital estrangeiro”

Debate sobre a memória e cultura do Contestado aconteceu ontem, 10 de dezembro, na Assembleia Legislativa, com a presença do professor/pesquisador Paulo Pinheiro Machado e do educador popular Jilson Carlos Souza. Quem fez abertura da noite foi o trovador Pedro Pinheiro, com o lançamento do disco: "Um Outro Olhar do Sul".
Paulo relata que a mudança de nome da Região repercute internacionalmente 
Na data em que se comemorou o dia internacional dos direitos humanos (10 de dezembro), aconteceu o debate sobre a valorização, memória e cultura na região do contestado, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O professor/pesquisador da UFSC Paulo Pinheiro Machado e o educador popular Jilson Carlos Souza (Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular – Apafec/Fraiburgo/SC) contextualizaram a tentativa de mudança do nome da região do Contestado, que abrange parte do Vale do Rio do Peixe e do Planalto Norte, para região dos Imigrantes.
A modificação do nome segundo os pesquisadores da área que divulgaram no início do mês de novembro textos sobre o tema, aconteceu à portas fechadas, em 4 de julho desse ano. “55 imbecis nessa data planejada, que obrigavam durante toda história os/as caboclos e caboclas festejar a independência dos EUA, que se reuniram em Catanduvas e resolveram que o ‘Vale do Contestado’ passaria a se chamar ‘Vale dos Imigrantes’. A partir disso, as organizações do território passaram a se organizar e resistir a essa repugnante decisão feita à portas fechadas. Querem esconder que a  nossa região é de negros, índios. Temos a presença indígena datada de 30 mil anos com as primeiras civilizações. Os primeiros negros chegaram na região em 1542 com o espanhol Cabeça de Vaca. Toda história de resistência do povo caboclo esses imbecis estão querendo apagar”, disse Jilson Carlos Souza.
Mistura da região teve inicio em 1542
Segundo os materiais divulgados em novembro ainda, essa decisão de mudança de nome foi imposta durante a reunião da Instância de Governança Regional (IGR). “Espécie de “braço” turístico do Governo do Estado em cada região catarinense e que congrega também gestores municipais do setor. A medida, como se esperava, gerou reações de pesquisadores e entidades envolvidas na manutenção da memória do Contestado, que classificam a mudança como um atentado à história e às origens das populações de mais de 50 municípios catarinenses”, diz o texto.

Repercussão é internacional
Levar esse debate sobre a cultura e memória da região do contestado para espaços como a Assembleia Legislativa aponta que o tema não pode ser visto, segundo o professor/pesquisador Paulo Pinheiro Machado, como uma discussão regional, mas que tem repercutido internacionalmente. “É um debate importante, se trata de uma disputa de memória, do apagamento da história de toda uma população, gerações que lutaram pela terra, vida, dignidade. O Contestado é referenciado internacionalmente, como outros movimentos sociais do Brasil e da América Latina (Cabanagem, Balaiada, Canudos)”, destacou o professor acrescentando ainda, que a resistência pela manutenção do nome do Vale do Contestado representa a luta contra o coronelismo, contra as ferrovias do capital estrangeiro.

Um Outro Olhar do Sul
O músico/trovador Pedro Pinheiro foi quem deu início à noite de debate na Assembleia Legislativa, trazendo canções do seu disco denominado: “Um Outro Olhar do Sul”, junto à canções sobre o Contestado e outras que segundo ele, retratam a realidade dos/as “invisíveis”. “Trouxemos um olhar mais crítico, dos invisíveis do Sul em um momento que querem deixar esses invisíveis à parte da história. Toda essa luta do Contestado, do povo Sulino e que muitas vezes é fantasiada de branco e que de fato tem gente branca, acaboclada, indígena, negro/a, é a luta do povo que a gente quer mostrar, relatar em nossas canções. Esse é o olhar que queremos dar”, disse.
Pedro destaca a tentativa de invisibilizar o Povo Caboclo
O trovador destacou ainda a tentativa de invisibilização que voltou a atingir populações inteiras. “É um período bem difícil da conjuntura nacional. As pessoas que já eram visibilizadas agora estão sendo ainda mais, por isso essa arte é importante e nós fizemos resistência por meio dela. Esperamos que essas canções cheguem em outros espaços, inclusive, para pessoas que não gostam e não querem ouvir essas letras, mas precisam”, finalizou.

Fonte: Desacato.info
Foto: Claudia Weinman
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NOVA LUTA CABOCLA PELO CONTESTADO

Numa decisão tomada a portas fechadas, na cidade de Catanduvas, durante reunião da Instância de Governança Regional (IGR), uma espécie de braço turístico do governo do estado nas regiões e que reúne representantes dos governos municipais, foi decidido trocar o nome do Vale do Contestado para Vale dos Imigrantes, procurando assim apagar a rica história de luta da região que congrega mais de 50 municípios catarinenses no Vale do Rio do Peixe e do Planalto Norte.
A guerra do Contestado envolveu milhares de pessoas na luta pelo direito de morar em suas próprias terras, quando em 1912 começou a expulsão de posseiros e pequenos proprietários da região por onde passaria a Estrada de Ferro construída por uma empresa estadunidense. Dispostos a não deixar suas terras os camponeses iniciaram a resistência que foi combatida pelo exército brasileiro. Mais de oito mil pessoas morreram no conflito. As famílias caboclas, que deixaram o sangue naquelas terras, perderam a guerra mas seguiram perambulando pela região e hoje seus descendentes lutam para que a memória não seja apagada.
O Vale do Contestado, justamente por sua heroica história, é um dos lugares mais visitados no Estado. Com essa decisão, o governo estadual procura apagar uma das mais belas páginas da resistência popular do povo catarinense. A luta para que o vale volte ao seu nome original está em andamento.
Aqui, a entrevista com uma das lideranças nessa nova batalha do Contestado: Jilson Carlos Souza (Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular – Apafec/Fraiburgo/SC). Segundo ele, a decisão tomada de maneira isolada por 55 “imbecis” não pode ser respaldada pelo governo e muito menos pela comunidade catarinense.

Texto e vídeo: Instituto de Estudos Latino-Americanos – IELA
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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O Conselho Estadual de Cultura de SC, se pronunciou contra a mudança do nome da Região do Contestado

O Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina vem a público se manifestar sobre a decisão da Instância de Governança Regional do Vale do Contestado que deliberou pela mudança da denominação turística desta região para Vale dos Imigrantes.
No entendimento deste Conselho, a mudança de nome e o desmembramento da região desprezam os acontecimentos que singularizam a história local e ignoram as características históricas e culturais dos municípios envolvidos, colocando em risco o patrimônio cultural material e imaterial, vivos na região.
O nome 'Vale do Contestado' está ligado diretamente ao episódio conhecido como Guerra do Contestado e representa especialmente a cultura cabocla do início do século passado, que hoje possui milhares de descendentes e contempla diferentes grupos étnicos partícipes da formação histórica regional. Este nome representa muito mais que uma demarcação turística, e simboliza a diversidade e complexidade histórica de Santa Catarina e do Brasil.
Este conselho sempre buscou a valorização da história e da memória da região do Contestado, inclusive na construção dos processos que envolvem, além da cultura, importante aspecto da definição dos limites territoriais do estado de Santa Catarina e do seu desenvolvimento social e econômico.
Desta maneira, motivados pelo bom senso, pelo reconhecimento e afirmação da história regional, marcada por singular patrimônio próprio, solicitamos que seja anulada a decisão de mudar a denominação já consagrada, e que o nome 'Vale do Contestado' volte a congregar e identificar todo o território que foi cenário desse importante capítulo da formação da sociedade brasileira.
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Mudança de nome da Região do Contestado leva debate para Assembleia Legislativa no dia 10

Acontece no dia 10 de dezembro, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o debate sobre a valorização, memória e cultura na Região do Vale do Contestado. Na ocasião o músico e trovador Pedro Pinheiro lançará o disco: “Um Outro Olhar do Sul”. Mais detalhes abaixo:
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