Foto: Claudia Weinman |
Por Claudia Weinman, de Fraiburgo/SC.
Quem vive em
Fraiburgo/SC e conhece a realidade das mais de dez mil pessoas que vivem nos
bairros São Miguel e Nossa Senhora Aparecida e outros, pode perceber que existe
um descaso envolvendo a falta de políticas públicas para atender as demandas
das duas mil e duzentas famílias do bairro São Miguel e das 550 do bairro Nossa
Senhora Aparecida.
Uma das atividades
que reunia essas pessoas para festejar era a tradicional festa julina, a
confraternização que acontecia no sorteio da “Ação Solidária Entre Amigos” e
nesse ano em específico, a comemoração dos 25 anos de criação do bairro São
Miguel. O sorteio foi feito, com um número reduzido de pessoas, pois as
entidades foram proibidas de realizar a tradicional festa que em 2016 reuniu
mais de 3000 mil pessoas, segundo as lideranças.
Além do sorteio,
houve a participação do grupo Airumã de Viola de São Miguel do Oeste/SC, do
coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude
Rural, que contribuiu com a atividade, fazendo apresentação de vários sucessos
de viola do cancioneiro popular brasileiro.
O Educador Popular
Jilson Carlos Souza disse que foi criado um protocolo de exigências que está
inviabilizando as comunidades, não apenas católicas, mas todas elas, de
realizarem as suas promoções de mobilização de recursos financeiros, para
manter projetos e ações em benefício da população fraiburguense. “O Conselho de
Entidades dos bairros Nossa Senhora Aparecida e São Miguel inclusive lançou uma
carta de esclarecimento para a sociedade diante do cancelamento de suas
atividades já programadas no calendário. As lideranças durante as reuniões
realizadas informaram que não são contra o pacote exigido, mas sim, que as
exigências são abusivas e foram impostas sem haver antes uma discussão com as
comunidades”, explicou.
Dentre as exigências
contidas no protocolo, está a contratação de uma equipe médica de prontidão,
com ambulância, um médico e enfermeiro, no entanto, em Fraiburgo nenhuma
empresa presta esse serviço. Também, a contratação de uma equipe de segurança
registrada na Polícia Federal, profissionais esses que não se encontram em
Fraiburgo.
Lideranças populares e
comunitárias salientam que eventos realizados pela prefeitura de Fraiburgo não cumprem
todas as cobranças estabelecidas no protocolo de exigência para as comunidades. “Muitas exigências eles fazem para as comunidades, sem
nenhuma discussão, mas quando é o município quem realiza as atividades isso não
vale, não é necessário. Porque isso tem que ser assim”?, questionam as
lideranças.
Audiência
Pública
Em razão do
descontentamento das comunidades, o Pe. Celso Carlos Puttkammer Dos Santos
disse que foi encaminhado ao Presidente da Câmara de Vereadores de Fraiburgo um
ofício solicitando que seja feita uma audiência pública para discutir o tema.
Segundo ele, são mais de 70 organizações e entidades que estão sendo
prejudicadas com as medidas do governo, as quais, desejam discutir
coletivamente o assunto nessa audiência que ainda não tem data marcada para
acontecer. As comunidades aguardam um parecer para participarem da audiência,
segundo ele.
Fonte: Desacato
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