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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O futebol masculino brasileiro secou. Ou apodreceu?

O que dizer de um primeiro tempo em que brasileiros e iraquianos ficaram mais uma vez no 0 a 0?
Depende se você quer olhar a metade cheia ou vazia do copo.
Na metade vazia, sem dúvida, é de se lastimar que a Seleção Brasileira tenha jogado de maneira pouco solidária, muitas vezes sem encostar no companheiro para ajudá-lo, poucas vezes triangulando porque com  apenas dois jogadores  é impossível.
Já na metade cheia do copo, e escrevo no intervalo do jogo na torcida que não ouça o que vem a seguir como desculpa ao fim dos 90 minutos, a Seleção criou nada menos que sete chances de gol e não é conta de mentiroso.
Três vezes com Gabriel Jesus, aos 2, aos 35 e aos 40, além de ele ter sido derrubado na área, aos 23.
Neymar, ao cabecear bola cruzada por Gabriel, aos 30, Zeca em seguida, e Neymar de novo ao bater escanteio, além de um tirambaço de Renato Augusto, aos 43, foram outras chances criadas e não convertidas por detalhe.
A verdade é que dos 30 minutos em diante as oportunidades se sucederam, contra apenas um criada pelos iraquianos, aos 11, quando uma cobrança de lateral resultou numa cabeçada na trave porque Weverton saiu mal do gol.
A educada torcida brasileira chamava de biiiiiicha! o goleiro Mohammed Hameed, o que o deixava profundamente magoado, a ponto de não parar de fazer cera.
Para o segundo tempo Luan voltou no lugar de Felipe Anderson.
Quatro atacantes em busca de um golzinho, como fez a Dinamarca contra a África do Sul, na, digamos assim, preliminar.
Aos 12 as vaias começaram porque bem mesmo só estava Gabriel e cada vez que Renato Augusto pegava na bola a torcida era implacável.
Enfim, torcida de modinha, que pagou caro e que se tornou marca registrada nas novas “arenas” brasileiras.
Mas que o futebol era digno de vaias era, embora nunca durante o jogo.
Neymar parecia estar com caxumba e Rodrigo Caio sem cabeça a ponto de dar uma entrada sem bola num rival.
Aos 9, Gabriel Jesus saiu e Rafinha entrou.
O Brasil não corria risco de gol.
Nem atrás… nem na frente.
O time, senhoras e senhores, não era um time, era um bando.
Um bando!
E um bando descontrolado à medida que o tempo passava e o 0 a 0 ficava.
Nosso futebol é, hoje em dia, mais do mesmo, incapaz de sair de situações incômodas.
Já havia quem aplaudisse as jogadas iraquianas e quase todos  cantavam “olê, olê, olê, olá,  Marta, Marta”.
Também, pudera, o Marco Polo que não viaja estava nas tribunas.
Aos 79, William substituiu Douglas Santos.
Aos 92, Renato Augusto perdeu o gol mais feito da noite, mandando em Sobradinho o gol da vitória.
E tome chuveirinho!
Aos 46, Rafinha teve uma derradeira chance e a desperdiçou.
Já não havia água no copo, que secara como a Capital Federal.
Ganhar da Dinamarca, na quarta-feira, em Salvador, passou a ser fundamental.
Mas parece que há algo de podre no reino do futebol brasileiro.
A torcida vaiou a saída dos brasileiros e ovacionou os iraquianos.


Por Juca Kfouri 07/08/2016


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