A preparação para completar uma maratona começa meses
antes do dia da prova. Além de uma certa experiência no esporte, é fundamental
que o atleta treine bastante. Mas mesmo com toda a preparação, alguns
corredores colocam sobre si mesmos uma pressão enorme para encarar a distância,
o que acaba levando muitos atletas a “bater no muro”, gíria utilizada para
definir a sensação de cansaço extremo geralmente sentida por volta do
quilômetro 30, e que pode levar à desistência.
Para evitar o problema, o acompanhamento psicológico
tem papel fundamental. “O trabalho de adaptação física e mental para encarar uma
disputa tão dura deve fazer parte do treinamento”, diz o psicólogo esportivo
Maurício Pinto Marques.
Assim como para as distâncias percorridas, o trabalho
mental deve ser realizado de maneira progressiva. “A maioria dos atletas que
quebram antes do fim do percurso de uma maratona já correram 42 km (ou algo
próximo a isso) em algum treino. Ou seja, não se trata de uma limitação física,
e sim um desgaste mental durante a prova, que esgota o corredor antes da hora.”
Intensificando o trabalho psicológico
“O ideal é trabalhar com metas de curto, médio e longo
prazo, que influenciam diretamente na motivação do corredor e, principalmente,
na forma como ele se comporta nos treinos e provas menores”, comenta Maurício.
Ele propõe um exercício para ajudar: colocar no papel esses objetivos que devem
ser concretos, mensuráveis e com prazo de validade. Deixe a anotação em algum
lugar visível e, sempre que possível, releia-a como uma forma de afirmar aonde
quer chegar.
O muro me derrubou. O que fazer?
Se você ficou traumatizado por não ter conseguido
completar uma maratona, o psicólogo tem uma sugestão: mais foco no seu
potencial e na meta que deseja atingir. “A recuperação se dá com a retomada dos
treinos e a intensificação da preparação mental”, explica. “Quebrar uma vez
quer dizer que você não conseguiu naquele dia, mas não é uma sentença de morte
atlética.” Cultivar crenças limitantes como imaginar que nunca vai conseguir
completar os 42 km pode acabar trazendo dúvidas, ansiedade, tensão muscular,
uso incorreto da respiração e, novamente, a quebra.
“Diante do ‘muro’, parar é sempre uma opção”, defende
Maurício. “Mas o auto diálogo positivo, em conjunto com otimismo e confiança na
sua preparação e capacidade para concluir o percurso, podem ajudar muito.” Dica
final do especialista: separar a corrida em vários pequenos trechos ou
conquistas e desfrutar o caminho é uma saída para chegar até o fim da maratona.
Por:
Olavo Guerra – São Paulo
Fonte:
Portal Sua Corrida
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