Antes de tudo, quero dizer que tenho orgulho de minhas origens! Meus avos paternos são: um negro (seu Zezinho) e uma índia (dona Tomazia) curandeira, benzedeira e parteira que ajudou a trazer ao mundo muitos fraiburguenses da geração do meu pai (quem tem entre 60 a 80 anos e nasceu em Fraiburgo certamente teve como parteira minha vó). Os avos maternos eram brancos pobres, Chico Melo (bisavô) esteve nos Redutos Santos durante a Guerra do Contestado.
Falo de minhas
origens, para deixar claro a uma ‘autoridade’ de nosso município que tenho
clareza de quem eu sou e ainda sou muito feliz de ser quem sou, ou seja, sou
preto, índio, branco pobre, portando sou CABOCLO com muita satisfação.
Essa ‘autoridade’
em um determinado local e com um grau etílico elevado, disse em alto e bom tom:
‘Quem o professor Jilson pensa que é? Para fazer criticas as minhas ações... Ele
não passa de um professorzinho de meia pataca e de um negro sujo’.
Não vou processar
essa ‘autoridade’ por injuria racial, porque a pessoa que me contou o fato,
disse que para evitar perseguições a ela e sua família, não serviria como testemunha,
caso eu apresentasse denuncia contra este vivente preconceituoso.
Quem quiser fazer
criticas ou desconstruir conceitos sobre religião, tipo de sociedade, esporte, educação,
administração publica (municipal, estadual ou federal), politica sentido amplo
da palavra ou de qualquer outro assunto que defendo, o façam com argumentos
claros e bem fundamentados, parem de tentar menosprezar minhas origens ou atacar-me
no campo pessoal, pois sempre que faço
alguma crítica, procuro ter os referidos cuidados.
Dar nossa opinião
é um direito que a constituição de nosso país continental nos assegura, porém
destilar ódio e preconceito é crime previsto no código civil!
Tenho pena de ‘pessoas
como essa autoridade’, pois ela sofre do próprio preconceito!
Fraternamente,
Jilson Carlos Souza – educador popular.
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