Acabou a folia, acabou o carnaval ou o ‘Adeus a Carne’ como
trata a origem da palavra que antecede com festa a quarta-feira de cinzas.
Respeito todas as opiniões sobre a data, mas existe um ‘MAS’ na minha vida para
todas as coisas. Para o carnaval não é diferente. Os mais antigos devem lembrar
de como essa festa poderia um dia ter sido bonita, ou pelo menos interessante.
Desfile de máscaras, fantasias contextualizadas.
Não gosto do carnaval, nunca gostei e prefiro pular a data
do calendário, mas vou explicar o porquê. O carnaval se tornou uma festa de
aparências, estética, produção de fantasias, vendas, egoísmo. Se tornou uma
atração tão valorizada pela mídia que acaba alimentando a cegueira do país
diante de tantos problemas sociais que o Brasil enfrenta hoje. Parece que o ano
começa somente depois do carnaval. A televisão mostra apenas mulheres ‘bombadas’,
nuas, como troféus, mas se nega a mostrar a corrupção, a lavagem de dinheiro
que isso gera não tão longe, mas bem perto, onde vivemos.
Além da questão cultural, a política de repasse de recursos
para essa data, é corrupta ao extremo. O carnaval realizado em nossa região não
chega a tanto, mas todos os anos serve de ‘laranja’ para desvios que nem se
comparam ao que é feito nas grandes cidades, mesmo assim, é desvio, dinheiro
sujo, portanto, é corrupção onde nossos representantes políticos, esbanjam
‘beleza’ e falsos sorrisos. Lógico, quando se é beneficiado com dinheiro fácil,
‘tem que sorrir’ para não deixar a mostra as falcatruas. Esta é a maior
fantasia do carnaval: A corrupção que se esconde por trás das máscaras das
pessoas sem caráter.
Quem dera se o carnaval pudesse ser uma festa para mostrar
nossas culturas, valorizá-las. Se pudesse ser uma festa de inclusão. Mas a
partir do momento que divide a classe, passa ser uma festa exclusiva para
exibir o que não temos, o que não somos. Fantasias milionárias vestem os
“artistas” burgueses, enquanto milhões de pessoas, são exploradas, passam fome
e eu, não gosto de comemorar isso. Para muitos, pensar assim parece radical,
pois então que seja, não posso ser leviana com aquilo que não é certo. Não sou
contra o carnaval, sou contra tudo o que o compõe hoje, desvios, corrupção,
exibicionismo. E se isso é o carnaval, então, o repudio, junto a todas as suas
falseadas máscaras.
Por Claudia Weinman, jornalista e militante da PJR/PJMP.
Tomado da Coluna Oeste de Fato, publicada Jornal Expresso d'
Oeste de Palmitos\SC - edição número 984 , sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015.
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