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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

As ‘máscaras’ do carnaval

Acabou a folia, acabou o carnaval ou o ‘Adeus a Carne’ como trata a origem da palavra que antecede com festa a quarta-feira de cinzas. Respeito todas as opiniões sobre a data, mas existe um ‘MAS’ na minha vida para todas as coisas. Para o carnaval não é diferente. Os mais antigos devem lembrar de como essa festa poderia um dia ter sido bonita, ou pelo menos interessante. Desfile de máscaras, fantasias contextualizadas.

Não gosto do carnaval, nunca gostei e prefiro pular a data do calendário, mas vou explicar o porquê. O carnaval se tornou uma festa de aparências, estética, produção de fantasias, vendas, egoísmo. Se tornou uma atração tão valorizada pela mídia que acaba alimentando a cegueira do país diante de tantos problemas sociais que o Brasil enfrenta hoje. Parece que o ano começa somente depois do carnaval. A televisão mostra apenas mulheres ‘bombadas’, nuas, como troféus, mas se nega a mostrar a corrupção, a lavagem de dinheiro que isso gera não tão longe, mas bem perto, onde vivemos.

Além da questão cultural, a política de repasse de recursos para essa data, é corrupta ao extremo. O carnaval realizado em nossa região não chega a tanto, mas todos os anos serve de ‘laranja’ para desvios que nem se comparam ao que é feito nas grandes cidades, mesmo assim, é desvio, dinheiro sujo, portanto, é corrupção onde nossos representantes políticos, esbanjam ‘beleza’ e falsos sorrisos. Lógico, quando se é beneficiado com dinheiro fácil, ‘tem que sorrir’ para não deixar a mostra as falcatruas. Esta é a maior fantasia do carnaval: A corrupção que se esconde por trás das máscaras das pessoas sem caráter.

Quem dera se o carnaval pudesse ser uma festa para mostrar nossas culturas, valorizá-las. Se pudesse ser uma festa de inclusão. Mas a partir do momento que divide a classe, passa ser uma festa exclusiva para exibir o que não temos, o que não somos. Fantasias milionárias vestem os “artistas” burgueses, enquanto milhões de pessoas, são exploradas, passam fome e eu, não gosto de comemorar isso. Para muitos, pensar assim parece radical, pois então que seja, não posso ser leviana com aquilo que não é certo. Não sou contra o carnaval, sou contra tudo o que o compõe hoje, desvios, corrupção, exibicionismo. E se isso é o carnaval, então, o repudio, junto a todas as suas falseadas máscaras.  

Por Claudia Weinman, jornalista e militante da PJR/PJMP.


Tomado da Coluna Oeste de Fato, publicada Jornal Expresso d' Oeste de Palmitos\SC - edição número 984 , sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. 

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