Quem não nasceu
ontem por aqui sabe que o Brasil ama odiar seus mais importantes filhos da
pátria. São diversos os exemplos de grandes brasileiros reconhecidos e
celebrados em todo o mundo – menos por aqui. E nenhum outro nome é tão
celebrado no mundo e, ao mesmo tempo, tão perseguido em seu próprio país como o
educador Paulo Freire.
Além de ser
reconhecido por lei como o Patrono da Educação Brasileira e de ser o terceiro
teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo, Paulo Freire é o
brasileiro mais homenageado e laureado em todos os tempos, com mais de 35 títulos
de Doutor Honoris Causa de universidades em todo o planeta. Por acreditar que
as populações mais pobres e oprimidas poderiam e deveriam recuperar sua
humanidade através da educação, em seu próprio país ele vem cada vez mais sendo
retratado como um mero doutrinador.
A estátua em Estocolmo; Paulo é o segundo da esquerda para a direita |
Um exemplo de tal
reconhecimento internacional é a simbólica estátua de Paulo Freire em uma praça
em Estocolmo, na Suécia. A estátua o localiza junto de outros seis nomes,
reconhecidos como alguns dos mais importantes pensadores do século 20.
Estão ao lado de
Freire na homenagem a feminista e sexóloga sueca Elise Ottesen-Jensen, a
escritora sueca Sara Lidman, a intelectual e ativista pelos direitos negros
norte-americana Angela Davis, o cientista e ecologista sueco Georg Borgström, o
poeta chileno Pablo Neruda e o ditador chinês Mao Tsé-Tung.
A presença de Mao na estátua é evidentemente controversa e deslocada, e já houve intensos debates
pela retirada do ditador da homenagem. A justificativa é o fato de seu “Livro
Vermelho” ser, na prática, um dos mais influentes e vendidos trabalhos de teoria
política do século.
Ainda assim, e
especialmente diante da forte tradição democrática e progressista de um país
como a Suécia, o significado da estátua é saber da importância do trabalho de
Paulo Freire, que com sua “Pedagogia do Oprimido”, transformou e fundamentou um
processo de transformação social em diversos lugares do mundo, como um dos mais
importantes educadores da história.
Por: Vitor Paiva - Fonte: hypeness
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