“Refugiado, espaço e oportunidade” foi o
tema deste ano.
Copa dos Refugiados ganha força a cada ano |
Depois de três dias de jogos e interação entre os 26
times participantes da III Copa de Integração dos Refugiados, a final entre
República Democrática do Congo e Togo. E os congoleses levaram a melhor e
ficaram com o título. Com isso, se juntam a Nigéria e Camarões, campeões em
2014 e 2015, respectivamente.
Os jogos foram realizados no SESC Itaquera, zona leste
de São Paulo, com entrada gratuita. Organizada pela primeira vez em 2014,
pegando o gancho do Mundial da Fifa, a Copa dos Refugiados teve a participação
de 16 times em sua primeira edição e 19 times em 2015. Para Jean Katumba,
refugiado congolês e organizador da Copa dos Refugiados, o aumento do número de
times aconteceu devido ao protagonismo dos refugiados na organização do evento,
que ajuda a evidenciar potencialidades escondidas que vão além do campo de
futebol.
“A Copa cresce a cada ano. O nosso protagonismo na
organização ajudou muito, porque convida os refugiados a trazerem novas ideias
e apoio. São várias pessoas contribuindo e pensando junto. O protagonismo
mostra nossas potencialidades, mostra como podemos nos sustentar, tomar a
frente dos processos”, afirma Jean. O
congolês, de 37 anos, diz aos risos que apesar de seu coração e sangue torcer
pelo seu país, teve que se comportar como a FIFA, imparcial, durante todo o
campeonato, mesmo com as cobranças do seu time. A organização é feita com os capitães
do grupo de cada país.
Neste ano a Copa reuniu 26 times, sete a mais que em 2015. |
Apoiada pela Caritas Arquidiocesana de São Paulo, pelo
Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) e pelas Secretarias de
Direitos Humanos e de Transporte da Prefeitura de São Paulo, a terceira edição
da Copa dos Refugiados traz a palavra integração ao seu título, que traduz a
finalidade do evento. “O Brasil acolhe os refugiados mas não nos integra. Com a
Copa buscamos a integração. Este ano chamamos um time brasileiro e um time do
Haiti. O objetivo é trazer união, familiaridade. Aqui eu me encontro com
refugiados de Bangladesh, do Iraque e muitos outros países. Aqui podemos fazer
amizade”, conta Jean.
Mesmo com os ânimos à flor da pele, típicos de boas
partidas de futebol, os refugiados deixam claro que o que importa não é ganhar
ou perder, e sim expor quais as dificuldades deles no país, romper as barreiras
da discriminação e criar um espaço real de integração.
“A Copa não é só para o refugiado, nós jogamos para os
brasileiros, para nos identificar e acabar com discriminações, preconceitos com
os refugiados. Nós mostramos que temos utilidade na sociedade brasileira, que
estamos aqui para compartilhar nossa vida com eles, contribuir com o
crescimento do país. Somos iguais e merecemos respeito”, finaliza o congolês.
Por
Lu Sudré.
Foto:
Reprodução/MigraMundo
Fonte:
Migra Mundo
Tomado do Portal Desacato
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