Descanso/SC
Dinâmicas de comunicação popular |
Em um cartaz, os jovens escreveram sobre o que querem
comunicar. Também refletiram sobre como têm se comunicado nas redes sociais,
conteúdos que costumam ler e quais sites de notícias acompanham. Uma das
pessoas do coletivo perguntou sobre quem havia lido alguma notícia relacionada
ao menino Vitor, Kaingang, de dois anos, que fora degolado em Imbituba/SC. Dos
15 jovens presentes no encontro, três responderam que não acompanharam e não
ouviram comentários sobre a notícia. Os demais leram-na em redes sociais ou
então, ouviram ‘alguma coisa’ pela rádio de sua cidade.
Mediante esta constatação, o grupo entende que fatos
como este precisam receber maior atenção e que a juventude tem papel
fundamental na divulgação em resistência a crimes como esse, ocorrido contra
uma criança indígena.
Quem tem o poder da comunicação?
Dinâmicas de comunicação popular |
“Nós temos. Podemos falar, nos expressar. Mas muitas
vezes falamos sobre comunicação sem saber exatamente o que ela é, o que a gente
faz com ela”. As dificuldades existem neste processo de fazer com que a
comunicação seja colocada em pauta nos grupos de base de movimentos e pastorais
sociais. A fala acima, dita pela jovem Claudia Ciconet, de 17 anos, mostra como
uma parcela da juventude tem se sentido quando questionadas sobre o ato de
comunicar, a quem comunicar e o que, necessariamente é importante comunicar.
Claudia salienta que a PJR de Descanso/SC quer poder
falar para a sociedade o que pensa a organização da Pastoral da Juventude
Rural, suas pautas, reivindicações. “Queremos comunicar quem somos, o que a
gente faz. O respeito, a vida das gentes, a música, poesia, as dores, os
esquecidos, luz, nossas lutas, verdade e justiça, nossa união, os esquecidos.
Como foi colocado no cartaz”, disse ela.
A jovem também citou a marcha do Grito dos Excluídos\as
realizada no ano passado, durante o sete de setembro em São Miguel do Oeste/SC.
Para ela, ainda falta muita comunicação entre sociedade, movimentos populares e
pastorais sociais. “As pessoas olhavam para a gente como se fôssemos desmontar
a cidade. Achavam que a gente era baderneiro e mandaram inclusive a gente tirar
a tinta que cobria o nosso rosto. A gente é diferente do que a mídia fala”.
Jovens escreveram em um cartaz o que desejam comunicar |
O Jovem da PJMP, Vinícius Czarnobay, de 18 anos,
complementou ainda dizendo que é preciso que as juventudes trabalhem com a
contrainformação. “No grupo de base que é onde temos mais aproximação com
nossos amigos e companheiros\as da PJMP e PJR, precisamos falar sobre essa
forma de comunicação diferente. É este o espaço onde todo mundo pode
colaborar”, defendeu ele.
Para Vinícius, é preciso começar de alguma maneira a
encontrar formas de contrapor o que a mídia tradicional fala a respeito das
juventudes e organizações populares. “Temos que mostrar o nosso lado e também
despertar o senso crítico”.
Acompanhe:
Jovem
da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Keila Jaine Wronski, 18 anos,
do município de Descanso/SC, falando sobre a importância da comunicação na vida
coletiva do grupo de base da PJMP e da Pastoral da Juventude Rural (PJR).
Por
Claudia Weinman - jornalista popular do coletivo da PJR-PJMP/SC
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