Tudo da infância
acaba.
Às vezes, acaba
aos poucos. Às vezes, nem percebemos. Às vezes, de supetão. Às vezes, não
esquecemos. Mas sempre acaba. Tudo.
A camisa do time.
O retrato do craque. A bola número cinco. O kichute. O meião. O pessoal que
jogava na rua. O time da escola. A turma do futebol de salão.
A lembrança de um
gol de placa. A vergonha por uma furada. A briga por causa de um passe. O
esfolado no joelho. A chuva que abençoa o rachão.
Com a idade me
acostumei, aprendi a lição.
Tudo. Tudo acaba.
Da infância não há mais nada. Tudo acabou.
Mas, por escolha
ou ilusão, só não pensei que acabasse a seleção.
Sempre achei que
ela era eterna, que ela era sempre ela, sempre azul e amarela, a mesma sempre,
sem nada tirar nem pôr.
Mas vejo – meus
Deus, como é claro! – que ela também acaba.
Que dela não sobrou
nada.
Ela também acabou.
Por Luiz Guilherme
Piva – ator
Tomado do blog do
Juca Kfouri
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