O potencial
educativo do futebol é fantástico. Diariamente milhões de pessoas, de alguma
maneira, são influenciadas por ele. Compreendendo a fascinação que o futebol
exerce sobre as populações, em vários lugares do mundo educadores se mobilizam
para reunir, em torno do futebol, crianças e adolescentes. O objetivo é, além
de ensinar o futebol, aproveitá-lo como veículo de educação para tornar a vida
dos mais necessitados digna, cidadã, de modo que possam crescer e contribuir na
construção de um mundo melhor.
Dos movimentos
educacionais ligados ao futebol, o mais mobilizador é o Street Football World,
movimento que convida jovens de todo o mundo a praticar Futebol para um mundo
melhor.
Atualmente são 101
organizações em 62 países ao redor do mundo. No Brasil esse movimento é
representado pela Comunidade de Aprendizagem de Futebol para o Desenvolvimento.
Essa comunidade
constitui uma ampla rede de organizações que trabalha com o futebol para o
desenvolvimento, reunindo cerca de 30 instituições em todas as regiões
brasileiras, mantendo permanentemente conexões, por meios virtuais e
presenciais, para compartilhar conhecimentos.
A missão da
Comunidade de Aprendizagem é promover o futebol como ferramenta educacional
para o desenvolvimento pessoal e a transformação social. A visão da Comunidade
é ser referência como coletivo de organizações capazes de socializar
experiências com o futebol educacional, otimizando práticas, potencializando
conquistas e incidindo em políticas públicas.
Entre os dias 8 e
11 de outubro, representantes dos vários trabalhos de futebol educacional
ligados à rede Comunidade de Aprendizagem reuniram-se em Fortaleza para
compartilhar suas experiências. Os relatos apresentados constituem modelos da
força mobilizadora do futebol entre crianças e jovens e seu potencial para
educar para um mundo melhor.
As práticas do
Street Football World, cuja madrinha é a jogadora Marta, são chamadas, no
Brasil, de Futebol 3, ou Futebol de Rua.
É uma maneira
diferente de vivenciar uma partida de futebol; os participantes jogam em times
mistos e não há árbitro, mas um mediador.
O jogo é
desenvolvido em três tempos: no primeiro tempo os jogadores se reúnem e fazem
os acordos que deverão ser seguidos durante a partida. No segundo tempo
realizam o jogo propriamente dito; no terceiro tempo novamente se reúnem para
avaliar a partida. Os tempos gastos em cada um desses tempos pode variar de
partida para partida. No Futebol 3 os jovens são os protagonistas principais do
jogo.
Uma das ideias
centrais é fazer com que o Futebol 3 seja inclusivo e desenvolva valores éticos
importantes para uma vida mais justa, mais digna e cidadã. Que os praticantes
levem, do campo de futebol, conhecimentos para suas vidas fora do campo.
Por João Batista
Freire, professor Livre Docente aposentado da Unicamp, além de ter trabalhado
na USP e na Universidade Federal da Paraíba e na Universidade Estadual de Santa
Catarina, e autor de diversos livros sobre Educação Física e Esporte.
Siga pelo twitter: @Esportes_Debate
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