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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Não há inocentes no futebol!

É risível a tentativa de vitimização de clubes no futebol brasileiro. Sai ano, entra ano e sempre tem um ali sentado no banquinho do coitadismo. Atualmente, a Portuguesa é a bola da vez, ainda que sua diretoria tenha errado bastante e agora tenha assumido o pedido de empréstimo para a CBF que, de volta, exigiu, de maneira absurda e lamentável, que o time abrisse mão de eventuais direitos que a beneficiassem na justiça esportiva ou comum. Como pode um clube, em discordância e brigando com a CBF, pedir dinheiro emprestado para a própria entidade?

A estrutura do nosso futebol é muita clara no seu obscurantismo. A diretoria da CBF é eleita pelos vinte clubes que participaram da primeira divisão no ano da eleição e pelas 27 federações estaduais, que recebem mensalidades entre 50 e 100 mil reais. Os presidentes das federações são eleitos pelos respectivos clubes. E só. São essas pessoas que fazem o que bem entendem com o futebol.

Tivessem realmente vontade de mudar, de uma real ruptura, os dirigentes já teriam tomado tal atitude, mas todos são coniventes e se aproveitam do Status Quo, basta observar o tempo que os atuais grupos políticos dominam a estrutura aí existente. Não por acaso, Marco Polo Del Nero será reeleito nesta segunda-feira presidente da Federação Paulista.


Os clubes brasileiros estão atolados em dívidas. O calendário é patético, assim como os regulamentos dos estaduais, que fazem corar qualquer um, tamanha a idiotice. Partidas são jogadas em gramados grotescos, com públicos pequenos e as arbitragens seguem péssimas. Enquanto isso, a violência brasileira se vê muito bem representada nos estádios.

O torcedor de bem precisa de uma vez por todas compreender que não há vítimas nessa história, a não ser ele próprio. Todos os clubes são responsáveis, ou por omissão ou por ação. A manutenção do poder é o que move essa gente que hoje tem o domínio do futebol. Não há o menor compromisso com a melhora do esporte, afinal, tal situação ensejaria o fim de privilégios financeiros e políticos. Mudar, então, por quê?

Por Fernando Graziani
Jornalista, 40 anos. Paulistano em Fortaleza desde 2001. Aqui é trabalho, meu filho.



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