É risível a tentativa
de vitimização de clubes no futebol brasileiro. Sai ano, entra ano e sempre tem
um ali sentado no banquinho do coitadismo. Atualmente, a Portuguesa é a bola da
vez, ainda que sua diretoria tenha errado bastante e agora tenha assumido o
pedido de empréstimo para a CBF que, de volta, exigiu, de maneira absurda e
lamentável, que o time abrisse mão de eventuais direitos que a beneficiassem na
justiça esportiva ou comum. Como pode um clube, em discordância e brigando com
a CBF, pedir dinheiro emprestado para a própria entidade?
A estrutura do nosso
futebol é muita clara no seu obscurantismo. A diretoria da CBF é eleita pelos
vinte clubes que participaram da primeira divisão no ano da eleição e pelas 27
federações estaduais, que recebem mensalidades entre 50 e 100 mil reais. Os
presidentes das federações são eleitos pelos respectivos clubes. E só. São
essas pessoas que fazem o que bem entendem com o futebol.
Tivessem realmente
vontade de mudar, de uma real ruptura, os dirigentes já teriam tomado tal
atitude, mas todos são coniventes e se aproveitam do Status Quo, basta observar
o tempo que os atuais grupos políticos dominam a estrutura aí existente. Não
por acaso, Marco Polo Del Nero será reeleito nesta segunda-feira presidente da
Federação Paulista.
Os clubes brasileiros
estão atolados em dívidas. O calendário é patético, assim como os regulamentos
dos estaduais, que fazem corar qualquer um, tamanha a idiotice. Partidas são
jogadas em gramados grotescos, com públicos pequenos e as arbitragens seguem
péssimas. Enquanto isso, a violência brasileira se vê muito bem representada
nos estádios.
O torcedor de bem
precisa de uma vez por todas compreender que não há vítimas nessa história, a
não ser ele próprio. Todos os clubes são responsáveis, ou por omissão ou por
ação. A manutenção do poder é o que move essa gente que hoje tem o domínio do
futebol. Não há o menor compromisso com a melhora do esporte, afinal, tal
situação ensejaria o fim de privilégios financeiros e políticos. Mudar, então,
por quê?
Por Fernando Graziani
Jornalista, 40 anos.
Paulistano em Fortaleza desde 2001. Aqui é trabalho, meu filho.
Siga o blog pelo
twitter: @Esportes_Debate
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.