O presidente do Instituto Vladimir Herzog,
Ivo Herzog, entregou nesta segunda-feira (01/04) à Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) petição pública com 55 mil assinaturas pedindo a saída de José
Maria Marin da presidência da entidade. Ele afirmou em entrevista à Rádio
Brasil Atual que
existe um desconforto geral pela figura de Marin à frente da CBF, inclusive por
parte da presidenta Dilma Rousseff (PT).
O presidente da CBF é acusado pelo ativista
de haver colaborado para a prisão de seu pai, o jornalista Vladimir Herzog,
torturado e assassinado em 1975 por agentes da ditadura (1964-85). Os deputados
federais Romário (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB), ambos do Rio de Janeiro,
acompanharam Ivo em sua ida à CBF.
“Chegamos e pedimos para falar com algum
dirigente da CBF, nos informaram que não tinha ninguém presente e que
simplesmente deveríamos protocolar a entrega da petição, e foi o que fizemos”,
contou.
José Maria Marin - presidente da CBF |
O filho do jornalista morto afirma que a
figura de Marin à frente da CBF causa desconforto não só em entidades nacionais
e internacionais, mas até na presidenta Dilma Rousseff, ex-militante de
oposição à ditadura.
“Nossa presidente foi presa e torturada, e se
sente extremamente desconfortável com a figura do José Maria Marin, tanto é
verdade que até agora os dois não tiveram uma audiência. Ele tenta marcar com
ela e não consegue, porque certamente Dilma não quer apertar a mão de um cara
que apertava a mão das pessoas que a torturaram”, diz.
Segundo Ivo, até a Federation
Internationale de Football Association – FIFA, entidade diretora do futebol
mundial, está incomodada com a presidência do José Maria Marin. “A única pessoa
que se sente confortável é ele próprio”, alega.
Foto: Elza Fiúza/Abr
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