Catarinense Darlan Romani. Foto: Wagner Carmo
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A medalha de ouro já
estava garantida àquela altura. Darlan Romani (Natural de Concórdia), porém,
queria mais. Tinha mais um arremesso para escrever de vez seu nome na história
dos Jogos Pan-Americanos, nesta quarta-feira.
Na sua última
tentativa, no arremesso que fechava a prova, o brasileiro de 28 anos arrancou o
recorde do Pan. Com a marca de 22,07m, Darlan sobrou em Lima e conquistou um
ouro inédito para o Brasil no arremesso do peso.
O gigante de 1,90m e
155kg fez parecer fácil arremessar uma bola de ferro e chumbo de 7,26kg. Ele
ficou com mais de um metro de vantagem para o segundo colocado, o americano
Jordan Geist (20,67).
O mexicano Uziel
Muñoz Galarza completou o pódio com 20,56m. Não foi uma semana fácil, mas
batalhei bastante. Ontem quase pedi dispensa. Minha esposa me segurou. Por mim
teria pedido baixa. A noite anterior foi péssima. Tive febre. Troquei sete
vezes de camiseta, porque suava muito. Desidratei. Tive infecção na garganta
quando cheguei a Lima. Minha esposa veio do Brasil cuidar de mim. Saí da Vila.
Fui a um hotel. Acho que houve um erro de logística, porque viajei 29 horas.
Tomei antibiótico, mas os resultados estão aí. Várias pessoas acreditaram em
mim quando eu já não acreditava nesta semana. A gente batalha bastante. Superei
os 22m de novo. É muito gratificante - disse Darlan.
Campeão em Toronto
2015, o jamaicano O'Dayne Richards apenas viu seu recorde pan-americano de
21,69m ser pulverizado. Foi o quinto colocado em Lima, com 20,07m. Nem ameaçou
Darlan, que teve as seis melhores marcas da prova. Além do arremesso de 22,07m,
ele teve uma sequência progressiva de 20,81m, 20,92m, 21,19m, 21,16m e 21,54m.
Todos melhores do que os 20,67m que deram ao americano Jordan Geist a prata em
Lima.
O Brasil ainda teve
na prova Welington Silva Morais. Em seu primeiro Pan, o atleta de 22 anos foi o
sétimo colocado, com 19,22.
A cada arremesso,
Darlan balançava a cabeça, insatisfeito com a marca. Darlan estava bem à frente
dos rivais desde o começo da prova, mas queria sempre mais, queria mais um
recorde.
No fim de junho, ele
quebrou o próprio recorde sul-americano com a marca de 22,61m que a colocou no
top 10 da história da modalidade. É também a segunda melhor marca desta
temporada, atrás apenas dos 22,74m do americano Ryan Crouser, atual campeão
olímpico.
Darlan foi
crescendo, driblando o frio de Lima, e o recorde veio no último arremesso,
quando o ouro já estava garantido. Mais uma vez um arremesso acima dos 22m para
coroar o título do brasileiro, que havia sido o quinto colocado em Toronto
2015.
Antes de Darlan, o
Brasil só tinha conquistado um bronze no arremesso do peso masculino. Nadim
Marreis foi ao pódio na primeira edição dos Jogos, em Buenos Aires 1951.
Com o recorde em
Lima, Darlan ratifica o índice para a Olimpíada de 2020. Ele também confirma a
posição de destaque no arremesso de peso, ganhando moral para o Mundial de
Doha, no fim de setembro, quando vai buscar sua primeira medalha da competição.
Fonte: Radio Porto Feliz
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