Padre Vilmar fazendo uso da palavra. Foto: Cassio Giovani Turra |
Quase 600 pessoas
lotaram a Câmara de Vereadores, na última quinta-feira (26/10), para questionar
o excesso de exigências para a realização de eventos comunitários e
beneficentes em Fraiburgo. As entidades e comunidades religiosas afirmam que os
critérios não consideram o tamanho das promoções e que a lista de obrigações
não existe em qualquer outro município do Estado.
Entre os questionamentos
apresentados pela comunidade está a diferenciação entre cobranças feitas a
comunidades e ao próprio Poder Público municipal. “As escolas municipais não
estão adequadas às exigências, no entanto, a prefeitura não é notificada a
cumprir”, disse a bacharel em Direito Tatiane Bartolomeu, representante da Associação
Fraiburguense das Pessoas com Deficiência e Familiares (Afraidef).
Ótima participação de publico. Foto: Cassio Giovani Turra |
O representante da
Associação Paulo Freire de Educação Popular (Apafec), professor Jilson Carlos
Souza, seguiu na mesma linha. “As exigências são as mesmas para uma comunidade
com 10 famílias e um bairro como o São Miguel. Tivemos eventos promovidos pela
própria prefeitura sem socorristas, sem segurança e sem nutricionista ou
engenheiro de alimentos. Para as comunidades, isso significaria o fim da atividade.
No entanto, para alguns e para o próprio município, isso é natural. São dois
pesos e duas medidas”, questionou o educador.
O Padre Vilmar
Gazaniga, que representou comunidades e entidades religiosas, lembrou que há um
esforço conjunto das entidades pela regularização dos espaços e das promoções,
no entanto, se as atividades continuarem inviabilizadas, ficará impossível
construir qualquer processo de avanço. “Não somos contra a lei, muito pelo
contrário, nós queremos sim regularizar, estamos num esforço para isso há cinco
anos. Hoje na grande maioria das nossas comunidades conseguimos chegar com um
cadeirante, coisa que não se consegue em muitos órgãos públicos. Mas não vemos
apoio e além da burocracia e correria para organizar todas as exigências, não
vemos apoio do poder público a entidades que muitas vezes cumprem o papel que é
da prefeitura, na assistência social e apoio às comunidades”, afirmou.
Padre Pedro fazendo uso a palavra. Foto: Cassio Giovani Turra |
O deputado Padre
Pedro Baldissera reuniu-se com representantes do comando do Corpo de Bombeiros do Estado, que
admitiu a existência de excessos nas cobranças para realização de eventos em
Fraiburgo. “A lei aprovada em 2013 surgiu a partir da tragédia na Boate Kiss,
num momento de justificada comoção que tomou conta do País. Passamos a criar
uma série de questões importantes à luz daquele fato, no entanto, não vemos
adequação à realidade dos municípios. Aqui em Fraiburgo são duas páginas de
exigências, algo que não vemos no restante do Estado”, explicou o parlamentar.
Padre Pedro se colocou a disposição para os encaminhamentos junto ao Estado e
sugeriu que seja formado um grupo de trabalho com todos os órgãos públicos e
representantes das comunidades, para que seja traçado um plano construído com
diálogo e coletivamente.
A audiência pública
foi uma verdadeira aula de cidadania protagonizada por parte das lideranças das
comunidades outras denominações religiosas entidades e organizações. “Com os
encaminhamentos apontados será possível contribuir para que tenhamos uma
legislação que atenda de fato às nossas comunidades com a participação do
legislativo Estadual e municipal. Comenta Alindro Oliveira liderança
comunitária.
PROPOSTAS DE ENCAMINHAMENTO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA:
PROPOSTAS DE ENCAMINHAMENTO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA:
Criação de um novo
protocolo de exigências para realização de evento em Fraiburgo, com a
participação de integrantes das entidades na elaboração, tendo como base a lei
17.071/2017;
Criação de um grupo de trabalho com a
participação do corpo de bombeiro, policia civil, policia militar, prefeitura,
vigilância sanitária, conselho tutelar e representantes dos diversos setores
que promovem eventos comunitários e beneficente;
Criação de uma lei
estadual específica para a realização de eventos comunitários em Santa
Catarina, separando os eventos em Comunitários, beneficentes, e privados. Com o
escalonamento de tamanhos de eventos;
Imediata
regulamentação da lei 17.071/2017 no município de Fraiburgo por parte dos
vereadores.
Texto:
Cássio Giovani Turra e Blog Esportes em Debates
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